sexta-feira, março 11, 2005
Before Sunrise / Before Sunset
Quando Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy) se conheceram, a 15 de Junho de 1994, a sua ligação foi imediata e profunda. Ele era um americano com um passe Eurorail, ela uma estudante francesa de regresso a Paris. Após passarem algum tempo a conhecer-se, Jesse ganhou coragem e pediu a Celine para sair com ele na próxima estação e passarem o dia em Viena, já que o seu avião apenas partia no dia seguinte. Ela aceita e nas 14 horas que se seguiram o par descobriu a cidade, divertiu-se e partilhou histórias dos seus passados e das suas esperanças em relação ao seu futuro. Ao falarem de tudo pela noite dentro, tornam-se de tal forma próximos que, quando o seu encontro chegou ao fim, numa plataforma de comboio, prometeram voltar a encontrar-se 6 meses mais tarde, na mesma cidade.
Nove anos se passaram desde essa manhã. Jesse escreveu um livro sobre essa romântica noite há muito distante, ficionalizando as suas memórias num best-seller. Na livraria Shakespeare & Co., última paragem numa digressão para promover o livro em Paris, Jesse reencontra Celine. Ele vai regressar a Nova Iorque nessa noite e decidem aproveitar ao máximo as poucas horas que podem estar juntos.
Numa jornada estimulante e reveladora pelas ruas de Paris, em que falam sobre a globalização e os relações entre pessoas, as memórias e os arrependimentos, Jesse e Celine exploram as profundezas dos seus sentimentos e redescobrem esse raro amor pelo inesperado, o expontâneo e um pelo outro. Eles precisam de saber: o que aconteceu no seu primeiro encontro foi real ou, com a passagem do tempo, apenas idealizado? O que essa noite significou para cada um deles? Que marca deixou o encontro falhado de 16 de Dezembro? O que se passou ao longo dos últimos nove anos? Têm pouco mais de uma hora para o descobrir. Para recuperar o tempo perdido. Para revelarem-se. Para perceber o que podia ter sido. E ver o que acontece.
Não tinha visto o Before Sunrise na altura que saiu, nem nos anos que se seguiram. Assim como o Before Sunset. Não sei que razões aconteceram para tal, mas felizmente alguem me alertou para o facto de se tratarem de filmes brilhantes, com uma bela história, com uma narrativa fabulosa, e arranjaram me os dois filmes.
Na noite de quarta feira vi o Before Sunrise, e fiquei bastante agradado com o filme. De facto a narrativa que gira em torno dos dois personagens principais é algo de magnifico, de uma forma tao cativante que nos transporta para dentro do romance que eles os dois estão a sentir.
A dicotomia existente entre eles os dois, na cena em que a vidente faz a previsão do futuro de Celine, o acreditar nela nas palavras da vidente, contrastando com a descrença em tais "ciencias" por parte de Jesse, a forma das suas conversas, principalmente a forma de linguagem usada pela Celine é qualquer coisa de brilhante.
A empatia deles os dois, naqueles momentos de silencio absoluto entre eles, em que apenas os se trocam olhares...e claro, o final do filme, que deixa à imaginação de cada um o que iria acontecer, deixando ao espectador a opção/escolha de criar no seu imaginario o seu proprio final.
Ontem (quinta feira), segui-se a continuação - Before Sunset. E começa logo a desmistificar o que a maioria, ou não, das pessoas teriam pensado. Se o encontro entre eles, passados 6 meses, se teria concretizado ou não. A narrativa continua como no filme anterior soberba, passando se a acção desta vez na capital Francesa, Paris.
Nos anos em que estiveram separados deu se o crescimento e maturação dos dois jovens daquela noite vienense, tendo agora perante nós, dois seres adultos, responsaveis, com ideias claras do que pretendem. O sentimento que cada um nutre pelo outro começa desde logo a sentir se e a paixão que sentiam um plo outro depressa se faz notar, após confessarem a cada um que as suas vidas estão longe de serem perfeitas...
E se podia pensar que final iriam os argumentistas arranjar para igualar ou superar o filme anterior, eis que sacam da cartola um final quase tao bom como o anterior, que deixa da mesma forma que o outro deixava, a decisão ao espectador.